quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Para onde foi o dinheiro perdido na crise?



 
 

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via Produzindo.net de Bernardo Pina em 12/11/08

Passando os olhos rapidamente sobre as notícias no meu agregador de feeds, reparei em uma chamada para um artigo que me pareceu muito interessante: "Para onde foi o dinheiro perdido na crise?". Agora que a crise está mais amena a pergunta é bem pertinente. Você já se perguntou para onde foi todo esse dinheiro? Talvez você se surpreenda muito ao saber que boa parte desse dinheiro nunca chegou a existir.

Se a leitura me pareceu interessante, com certeza muitas outras pessoas também o acharão. Veja abaixo o artigo na íntegra.

Nova York - Bilhões de dólares em valores de ações simplesmente desapareceram. Bilhões de dólares em forma de poupança evaporaram. Uma grande parcela do dinheiro pago por moradia, do dinheiro economizado para arcar com a educação das crianças, do capital necessário para que uma empresa pague seus funcionários sumiu. Seja um corretor de bolsa de valores ou um cidadão comum, se você tinha dinheiro aplicado num plano de aposentadoria privada 401(k)¹, num fundo mútuo ou numa poupança para pagar a faculdade de seus filhos, a baixa da bolsa de valores significa que você perdeu uma grande fatia de suas economias num intervalo de poucos meses. Mas se esse dinheiro não está com você, quem ficou com ele? Os grandes investidores de Wall Street? Os xeques² do petróleo da Arábia Saudita? O governo da China? Ou o dinheiro simplesmente evaporou?

Caso uma pessoa tente averiguar o paradeiro de seu dinheiro desaparecido - descobrir quem ficou com ele, talvez até mesmo exigir sua devolução -, ficará decepcionada ao descobrir, para começar, que esse dinheiro nunca foi real. Robert Shiller, economista da Universidade de Yale, resumiu isso de maneira muito mais direta: a noção de que alguém perde um montão de dinheiro sempre que a bolsa cai é uma "falácia". Ele esclarece que o preço de uma ação nunca é o mesmo que o dinheiro, mas sim "a suposição mais aproximada" do valor de uma ação. "Nós nos limitamos a registrar um indício do que acreditamos que seja o valor dessa ação na bolsa. É o preço pelo qual as pessoas estão dispostas a negociar hoje - e elas são muito, muito poucas pessoas. Desta forma, nos limitamos a pensar que seja essa a quantia que todo mundo acha que vale."

Shiller utiliza como exemplo um corretor de imóveis que certo dia avalia uma casa em US$ 400.000 e uma semana depois avalia o mesmo imóvel em US$ 350.000. "De certa forma, quando isso acontece, US$ 50.000 acabam de desaparecer. Mas esse valor existe apenas no pensamento."

Em outras ocasiões, no entanto, esses valores somem de verdade, como numa queda no mercado de valores ou numa redução dos preços dos bens. Mesmo que uma ação não seja uma cédula em sua carteira, mesmo que o valor de sua casa não seja algo que possa ser cobrado à vontade, existe a possibilidade de se perder dinheiro. Ou seja, o dinheiro que seria seu para gastar ao vender um imóvel ou para se aposentar com as economias de seu fundo de pensão.

Quando se está a poucos meses da aposentadoria ou se pretende vender uma casa para comprar outra menor e pagar os estudos universitários dos filhos, esse "dinheiro potencial" é algo com que se contava. Para quem precisa de dinheiro, principalmente se for de imediato, a perda é bastante real, apesar de não se ajustar exatamente à definição técnica de dinheiro. O problema começa quando a pessoa pensa que esse dinheiro potencial significa o mesmo que o dinheiro em sua carteira ou em sua conta corrente. "Isso é um grande erro", observa o professor de economia Dale Jorgenson, da Universidade de Harvard.

Existe uma diferença clara: apesar de o dinheiro seguramente não sumir, a quantia que poderia ter sido ganha se a casa tivesse sido vendida ou se a aposentadoria tivesse sido sacada um ano atrás certamente poderia desaparecer. "Não é possível desfrutar dos benefícios de seu fundo de aposentadoria se ele desapareceu", explicou Jorgenson. "Se ele estivesse todo investido em ações e baixado 80%, má sorte! Essa perda é permanente porque esse dinheiro não volta."

Eric Carvin

¹ 401 (k) - Plano de aposentadoria muito comum nos Estados Unidos onde o valor que é retido na fonte relativo ao Imposto de Renda, fica em alguma aplicação até ser efetivamente retirado pelo governo. O rendimento fica para o beneficiário e não incide nenhuma taxa.
² Xeque - Título dado à pessoas da Arábia Saudita

Não entende a crise econômica de 2008, chamada por muitos de "Crash de 2008″? Clique aqui e saiba o que aconteceu desde o início.


 
 

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